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      • O veneno para ratos é uma das substâncias mais mortais que um animal de estimação pode ingerir. A warfarina é um dos componentes mais comuns de veneno de rato e raticidas.

        A warfarina é um anticoagulante químico que prejudica a capacidade do sangue em coagular.

        Um animal que ingere warfarina pode morrer de hemorragias internas. Nem todos os venenos de rato contêm warfarina, mas está entre os produtos químicos mais comuns em venenos de rato. Mesmo que um veneno de rato não contenha warfarina, a toxina existente é ainda potencialmente mortal para os cães e outros animais de estimação.

        Sintomas

        Os seguintes sintomas são frequentemente observados num cão que ingere veneno de rato:

        • Gengivas pálidas
        • Fraqueza
        • Sangramento do nariz
        • Sangue na urina
        • Sangue nas fezes
        • Tosse com sangue
        • Hemorragia interna
        • Abdómen distendido

        A exposição directa ao veneno

        A exposição directa ocorre quando o cão ingere veneno de rato na forma pura. Nos casos de exposição directa, muitas vezes os animais ingerem quantidades grandes de veneno, aumentando os sintomas e o risco de morte.

        Muitas vezes, o cão come veneno de rato que foi colocado na sua casa, ou em propriedadas vizinhas, sendo fundamental saber se são usados venenos nas àreas que frequenta com o seu cão.

        Exposição indireta ao veneno

        A exposição secundária ou indireta ao veneno ocorre quando um cão come um roedor que caiu gravemente doente, como resultado do anticoagulante warfarina ou toxina semelhante.

        Quando um rato come a isca de veneno, ele não irá morrer imediatamente. O roedor vagará longe e  ficará gravemente doente um dia ou dois depois. Quando o  rato morrer será presa fácil para um predador como um cão ou um gato, e quando o animal ingere o roedor, ele também ingere a toxina com efeito anticoagulante.

        Tratar um cão que come veneno de rato

        Infelizmente, uma grande percentagem de cães que ingerem veneno de rato acaba por morrer.

        Obviamente a gravidade da doença depende directamente da quantidade ingerida.
        Externamente os sintomas não são visíveis. A nível interno há todo um derrenrolar de alterações hemodinâmicas até que o cão fica em estado crítico devido à toxina do veneno de rato.

        O tratamento é feito com um antídoto da warfarina, que é a Vitamina K1. O efeito desta vitamina bloqueia a acção da warfarina. Outras medidas de suporte, como fluidos IV e transfusões de sangue também são comumente administrados aos cães que sofrem de toxicidade por warfarina.

        • Vitamina K1
        • Fluidos intravenosos
        • Transfusões de Sangue

        Prognóstico

        O prognóstico de um cão envenenado depende da quantidade de veneno de rato que foi ingerido, bem como do tempo que passou desde que foi ingerido.

        Os efeitos anticoagulantes causados pela warfarina tornam-se evidentes até 36-48 horas após a ingestão da toxina. Isso torna o diagnóstico ainda mais difícil, porque os sintomas não são imediatamente detectados, sendo o prognóstico ainda mais reservado.

        Evitar a exposição de um cão à Warfarina

        A utilização de armadilhas para roedores é a maneira mais eficaz de prevenir a ingestão acidental de warfarina por parte de um cão.

        Supervisionar o cão quando ele está fora é outra maneira de evitar um envenenamento, como resultado de exposição indireta ao veneno. Os cães devem sempre ser supervisionadas quando estão ao ar livre, evitando encontros com roedores e consequentes sintomas.

        Se suspeitar que o seu cão ingeriu veneno ou algum rato, deve contactar-nos imediatamente. Se possível, deve-nos comunicar que tipo de veneno foi ingerido ou trazer a embalagem do veneno.

        O sucesso do tratamento vai depender da rapidez do diagnóstico, aumentando assim as possibilidades de sobrevivência do seu animal de estimação.

        Em caso de envenenamento, aconselhamos o internamento do animal. É possivel desta forma uma melhor monitorização dos sintomas e respetivo tratamento.

         

        Consulte-nos para mais informações

        AUTOR DESTE ARTIGO

        Bruno Silva, Veterinário

        Médico Veterinário Bruno Silva
        Licenciado pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) em 2003.

        Realizou estágio e incorporou o corpo clínico do Hospital Veterinário do Algarve entre 2003 e 2005.

        Participa em congressos e pós-graduações em diversas áreas da medicina veterinária, tendo especial interesse pela área de cirurgia ortopédica e gestão de clínicas veterinárias. Em 2005 fundou a Clínica Veterinária de Vilamoura, da qual é director clínico.

        Em 2011 e 2012, realizou o título de pós-gaduação
        “Especialista em Traumatologia e Cirurgia Ortopédica em Animais de Companhia” pela Faculdade de Veterinária da Universidade Complutense de Madrid

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